sexta-feira, 29 de julho de 2016

Aniversário da Academia Brasileira de Letras

Entrevista sobre o aniversário da Academia Brasileira de Letras
O membro-titular da ABL, Arnaldo Niskier, falou sobre o tema
Emissora: Globo AM
Programa: Show do Antônio Carlos (06h00)

ABLAcademia Brasileira de Letras, completou ontem 119 anos de fundação. Mas afinal, qual é a finalidade da Academia? E porque seus membros são considerados imortais?

Em entrevista à rádio Globo, o professor e membro-titular da ABL, Arnaldo Niskier, fala sobre o tema.

ENTREVISTADO:
Arnaldo Niskier (professor e membro-titular da ABL)


http://www.clipnaweb.com.br/clipping/conteudo_v2.asp?reg=3815&midia=rd&empresa=abl2 
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EXALTAÇÃO AO RIO DE JANEIRO

Música de Arnaldo Niskier, Noca da Portela e Riko Dorilêo: 


RIO
BENDITA SEJA ESSA LUZ
QUE NOS CONDUZ
ILUMINANDO O SABER
RIO
CAPITAL NACIONAL DA CULTURA
GUARDIÃO DA ESSÊNCIA MAIS PURA
CANTANDO A ALEGRIA DE VIVER
RIO
DE POETAS E CANTORES
DE GENIAIS ESCRITORES
DO SEU GRANDE CARNAVAL
RIO
PÔE AMOR NESSE ESTANDARTE
MOSTRA TODA SUA ARTE
NA LUTA PELA PAZ UNIVERSAL
RIO
NOSSO AMOR AQUI É INFINITO
TUDO É TÃO BONITO
NESSA TERRA SEM IGUAL
RIO
O MAR DE AZUL PROFUNDO
NADA ASSIM NO MUNDO
E UM POVO DE MUITA CORAGEM
QUE LOUVA A SUA CULTURA
FAZ DA PAISAGEM ESCULTURA

MERECE TODA A NOSSA HOMENAGEM

terça-feira, 19 de julho de 2016

As paixões de Sábato

Arnaldo Niskier
da Academia Brasileira de Letras

Foram duas as grandes paixões de Sábato Magaldi. A primeira delas pela esposa, a também escritora Edla Van Steen. A segunda, sem dúvida, pelo teatro. Entre seus mitos, tinha uma especial predileção pelo dramaturgo Nelson Rodrigues, a quem aprendeu a admirar a partir da estreia de “Vestido de Noiva”.
Sábato foi crítico teatral, teatrólogo, jornalista, professor, ensaísta e historiador. Em todas essas atividades, fez jus ao que Nelson Rodrigues dele dizia: “Era uma doce figura”. Ganhou em 1990 o Prêmio Machado de Assis e sua grande obra foi o “Panorama do Teatro Brasileiro”, da Global Editora, lançado em 2001.
Além de ocupar com brilho a cadeira no 24 da Academia Brasileira de Letras, Sábato Magaldi foi professor titular de História do Teatro Brasileiro da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo e lecionou durante quatro anos nas universidades francesas de Sorbonne e de Provence. Tornou-se professor emérito da USP.
Entrou para a ABL em 25 de julho de 1995, na sucessão de Cyro dos Anjos, e foi recebido pelo poeta Lêdo Ivo. A espada foi-lhe entregue por Barbosa Lima Sobrinho.
Embora nascido em Belo Horizonte, Sábato começou no jornalismo no Rio de Janeiro, trabalhando durante três anos no “Diário Carioca” (período de 1950 a 1953). Depois foi para São Paulo, onde prestou colaboração aos principais jornais paulistanos. Ao longo de uma vida de 89 anos, escreveu 18 livros, entre os quais podemos destacar: “Moderna Dramaturgia Brasileira” (Editora Perspectiva), “Obras de Nelson Rodrigues” (Global Editora) e “Cem anos de teatro em São Paulo” (Editora Senac).
Sábato acumulou diversos prêmios nacionais e internacionais. Quando instado a falar sobre Nelson Rodrigues, de quem se tornou um grande amigo, considerava o seu teatro “muito prazeroso”, sempre elogiando o olhar afetuoso desse reconhecido e competente pensador.
O mundo intelectual e artístico reagiu com muito carinho ao passamento de Sábato Magaldi. A Acadêmica Nélida Piñon disse que ele repartiu com o Brasil a grandeza e a essência contidas na arte de representar. Para o diretor de teatro Amir Haddad, do Grupo Tá na Rua, “lá vai com ele uma parte da história. Da minha história também, da minha geração, da construção do novo teatro brasileiro.”

Ele não foi apenas o grande especialista em Nelson Rodrigues, mas investigou a obra teatral e antropofágica de Oswald de Andrade, além de ter dedicado atenção especial a Oduvaldo Vianna Filho e Plínio Marcos. Depois, foi a fase dos encenadores, com os trabalhos de Antunes Filho e José Celso Martinez Correa. Como crítico aplaudido, costumava afirmar que não escrevia para o ator nem para o autor: “escrevo para o público”. É esse público que agora sente a sua ausência. Segundo o crítico Jacó Grinsberg, Sábato Magaldi tem um lugar relevante na bibliografia teatral brasileira.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

NA PONTA DA LÍNGUA - Aprendendo a escrever melhor

LEDO ENGANO
“À entrada de uma empresa está escrito: seja bem vindo!” Isso não pode ser verdade. Ninguém é “bem vindo” e sim bem-vindo, porque o advérbio bem deve ser separado do segundo elemento por hífen, na maioria das palavras.
Período correto
À entrada de uma empresa está escrito: seja bem-vindo!

 BOM SENTIMENTO
“ O bem-querer a todos é próprio daqueles que cultivam sentimentos puros.”
Não é assim, não! Este termo é uma exceção à regra anterior explicada. Escreve-se: benquerer.
Outras exceções: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença e outras que lhes sejam afins.
Período correto

O benquerer a todos é próprio daqueles que cultivam sentimentos puros.

PAIXÃO POR CINEMA
“O senhor sente saudade dos filmes de bangue  bangue.”
Mentira! Se a saudade fosse verdadeira escreveria: bangue-bangue, com hífen, pois palavras repetidas devem ser separadas por hífen, como sempre o foram.
Frase correta
O senhor sente saudade dos filmes de bangue-bangue.
  
OBRA INDESEJADA
“A dona de casa sofre com o barulho de bate estacas do prédio vizinho.”
Escrito desse jeito(“bate estacas”) , garanto que o barulho fica insuportável. Os compostos de verbo+substantivo exigem o uso do hífen: bate-estacas.
Frase correta
A dona de casa sofre com o barulho de bate-estacas do prédio vizinho.

TOMBO FEIO
“ O bebê caiu, bateu com o bum-bum no chão e chorou muito.”
Coitada da criança! Deve ter doído ainda mais ao bater o “bum-bum”.
Observe: nas palavras onomatopaicas  não se admite o uso de hífen: bumbum.
Período correto: O bebê caiu, bateu com o bumbum no chão e chorou muito.

VALE A PENA LEMBRAR
O atual Acordo Ortográfico determina que os nomes dos dias da semana e dos meses do ano devem ser grafados com letra minúscula, a não ser que iniciem uma frase.
Já as datas cívicas devem ser registradas com letra maiúscula.
Exemplos
O dia 1º de janeiro de 2013 caiu numa terça- feira.
O Sete de Setembro representa muito para os brasileiros.

TUDO CERTO
Hei de vencer é uma máxima que deveria ser seguida.
Duplamente correta: a ideia e a ortografia. Não se deve usar hífen nas locuções, sejam elas adjetivas, substantivas, verbais (hei de vencer), pronominais, adverbiais, prepositivas,  interjeitivas ou conjuntivas.
Exceções, por uma questão de tradição: cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, água-de-colônia, ao deus-dará, entre outras,  têm hífen.

MUDANÇA
“O rapaz se julga realizado porque é Bacharel.”
Tudo bem, mas não aprendeu a nova regra: as titulações devem ser escritas com letra inicial minúscula, logo o certo, agora, é bacharel.
 Período correto
O rapaz  se julga realizado porque é bacharel.

O Globo - Opinião - 14.07.2016



sexta-feira, 8 de julho de 2016

O SUCESSO DO EDUPARK
Arnaldo Niskier 
da Academia Brasileira de Letras, presidente do CIEE/RJ e Licenciado em Matemática

Depois de um ano de sucessivas apresentações para professores e alunos das redes públicas de ensino do Rio de Janeiro, pode-se afirmar com absoluta convicção que o projeto Edupark é um grande sucesso. Seus dois primeiros pacotes temáticos, “Planeta Casa” (meio ambiente) e “Dependentes da Vida” (prevenção ao uso de tóxicos), este destinado aos alunos do segundo segmento do ensino fundamental (6º ao 9º ano), foram sempre muito aplaudidos nas apresentações feitas em 80 escolas, alcançando a notável marca de 32 mil alunos.
Patrocinado pela Fundação Cesgranrio e administrado pelo Instituto Antares de Cultura, o projeto acrescentará mais um importante pacote, na sua segunda fase: trata-se do filme sobre “Bullying”, cujos originais são oriundos do Estado de Israel, mas estão sendo muito bem adaptados à realidade brasileira. Logo serão vistos por nossos alunos, da mesma forma que os anteriores, ou seja, em projeções 3-D, com óculos especiais, e um inteligente programa de avaliação, muito aplaudido inclusive pelos professores que acompanham o projeto.
Para o professor Carlos Alberto Serpa de Oliveira, presidente da Cesgranrio, “nossa fundação busca desenvolver novos métodos educativos que mesclem educação e cultura. Por isso é com entusiasmo que realizamos o Edupark nas escolas públicas do Rio de Janeiro, prestigiando sobretudo os estudantes mais pobres, oferecendo-lhes uma ação nova, lúdica e inteligente.” Com essa perspectiva é que serão oferecidos os três filmes citados, para uma série de mais 32 mil alunos. A terceira película intitula-se “Livre para Ser”.
Aprendemos com a psicóloga Andréia Ghelman, responsável pelas visitas às escolas, que as apresentações multissensoriais transformam muito mais do que a simples informação: “É uma forma diferente e muito mais moderna de aprender. Os alunos notoriamente aprendem brincando.”
O curioso nisso tudo é que, no começo, havia uma enorme dificuldade para marcar as sessões. As desculpas eram as mais variadas, como se fosse uma desagradável imposição. Mas, aos poucos, quando o público percebeu o alcance da iniciativa, inverteu-se totalmente a dinâmica. Hoje, há fila na programação, pois são as escolas que pedem com insistência a presença da equipe, mesmo em localidades de difícil acesso.
Outra observação importante é o resultado subsequente às apresentações. Os mestres têm percebido – e comentam isso – que muitos dias depois ainda é possível perceber o interesse das crianças, nos comentários a respeito dos conteúdos exibidos. São instigantes e isso pedagogicamente é muito válido.

Por fim, um comentário sobre a preocupação cultural da Fundação Cesgranrio. Acaba de inaugurar um segundo teatro, no bairro do Rio Comprido, com 300 lugares. Faz uma oportuna simbiose entre cultura e educação, propiciando aos jovens o ensejo de maiores conhecimentos e provando que não se preocupa apenas com a realização do Enem, de toda forma um êxito sem precedentes.